A Itália estendeu suas medidas emergenciais de coronavírus, que incluem restrições de viagem e proibição de reuniões públicas, para todo o país.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro Giuseppe Conte ordenou que as pessoas ficassem em casa e pedissem permissão para viagens essenciais.
Ele disse que as medidas foram projetadas para proteger os mais vulneráveis. “Não há mais tempo”, disse ele em um discurso na TV.
O número de mortes por coronavírus na Itália saltou de 366 para 463 na segunda-feira. É o país mais atingido depois da China. O número de infecções confirmadas também aumentou 24% desde domingo, de acordo com dados oficiais.
Casos do vírus foram confirmados em todas as 20 regiões italianas.
O que o Sr. Conte disse?
Conte disse que o melhor é que as pessoas fiquem em casa. “Estamos tendo um crescimento importante na infecção … e nas mortes”, disse ele em um discurso à noite.
“Toda a Itália se tornará uma zona protegida”, acrescentou.
“Todos devemos desistir de algo pelo bem da Itália. Temos que fazer agora”.
“Foi por isso que decidi adotar medidas ainda mais fortes e severas para conter o avanço … e proteger a saúde de todos os cidadãos”.
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Em uma entrevista anterior ao jornal La Repubblica, o Sr. Conte disse sobre o surto: “Eu estive pensando nos velhos discursos de [Winston] Churchill – é a nossa hora mais sombria, mas vamos conseguir”.
Legenda da imagem: Os italianos foram ordenados a ficar em casa na tentativa de conter a propagação do vírus
Quais são as restrições?
Conte descreveu as medidas como “eu fico em casa” – com pessoas proibidas de se reunir em público. “Chega de vida noturna; não podemos mais permitir isso, pois são ocasiões para contágio”, disse ele.
Todos os eventos esportivos – incluindo jogos de futebol – são suspensos em todo o país. Escolas e universidades permanecerão fechadas até 3 de abril.
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O governo disse que apenas aqueles com um motivo válido de trabalho ou família que não possam ser adiados poderão viajar.
Os passageiros que partem em voos terão que se justificar, assim como todos os que chegam de avião.
Existem controles nas estações de trem para verificar a temperatura dos passageiros. Os navios de cruzeiro também são proibidos de atracar em vários portos.
Como as pessoas reagiram?
No início da segunda-feira, sete presos morreram em meio a tumultos em prisões em todo o país, depois que as autoridades suspenderam todas as visitas como parte de tentativas de controlar a propagação da doença.
O problema começou na cidade de Modena, no norte, na prisão de Sant’Anna.
Pensa-se que pelo menos dois dos mortos perderam a vida devido a overdose de drogas depois de invadirem um hospital da prisão pela metadona substituta da heroína.
Parentes de presos na prisão de Rebibbia, em Roma, protestam por ter sido negada a entrada
Na prisão de San Vittore, em Milão, os detidos atearam fogo a um bloco de celas, depois subiram no telhado através das janelas e começaram a acenar faixas, disseram autoridades.
Em uma prisão na cidade de Foggia, no sul, dezenas de detentos saíram do prédio durante protestos. Muitos foram rapidamente recapturados, informou a agência de notícias italiana Ansa. Ainda faltam nove.
Também houve tumultos em outras prisões no norte da Itália e em instalações em Nápoles e Roma.
Oficiais vigiam a entrada da prisão de Sant’Anna em Modena enquanto os parentes dos presos protestam
E o resto do mundo?
O número de infecções em todo o mundo é agora mais de 111.000, com cerca de 3.890 mortes. Todos que chegarem a Israel terão de se auto-colocar em quarentena por 14 dias, anunciou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
O Irã registrou 43 novas mortes relacionadas à doença nas últimas 24 horas. Pelo menos 237 pessoas morreram e 7.161 foram infectadas em todo o país desde meados de fevereiro, embora se acredite que os números reais sejam muito mais altos.
A China, que registrou o maior número de mortes, registrou apenas 40 novos casos de Covid-19, o menor desde 20 de janeiro.
Embora isso indique que a disseminação está diminuindo, os altos funcionários alertaram contra a redução da vigilância.
- A Organização Mundial da Saúde(OMS) alertou que a ameaça de uma pandemia é “muito real”
- O Canadá confirmou a primeira morte relacionada ao vírus – um paciente do sexo masculino idoso em um lar de idosos em Vancouver, Columbia Britânica
- Na França, o ministro da Cultura Franck Riester se tornou o primeiro membro do governo a ser infectado pelo vírus. Sua equipe disse que ele passou vários dias da semana passada no parlamento, onde vários outros casos foram confirmados
- Nos EUA, o número de casos confirmados agora ultrapassa 500
- Um navio de cruzeiro carregando milhares de pessoas que ficaram presas por dias devido a um surto de coronavírus atracou no porto de Oakland, perto de São Francisco
- As ações em todo o mundo tiveram seu pior dia desde a crise financeira, em meio a preocupações com o custo econômico do surto
Texto traduzido e adaptado pela equipe do dicas e notícias para mulheres. Fonte: bbc
