Islamabad (Thomson Reuters Foundation) – O parlamento do Paquistão aprovou uma nova lei contra o abuso infantil na quarta-feira, dois anos após o estupro e assassinato de uma menina de 7 anos que chocou o país.
A primeira lei nacional de abuso infantil do Paquistão introduzirá uma pena de prisão perpétua por abuso infantil, disse Shireen Mazari, ministra de Direitos Humanos do Paquistão.
Após a morte de Zainab Ansari, cujo corpo foi encontrado em uma lixeira no distrito de Kasur, perto da cidade oriental de Lahore, em 2018, provocando grandes protestos e acusações de negligência por parte das autoridades.
Houve relatos de várias crianças desaparecidas no distrito desde 2015, quando as autoridades descobriram o que disseram ser um anel pedófilo ligado a uma família local de destaque.
Mazari twittou que a aprovação do projeto de lei tinha sido “uma longa luta”, pois agradeceu aos colegas por ajudá-lo a superar vários obstáculos.
“Finalmente, saímos hoje bem-sucedidos, fazendo com que o Projeto de Alerta Zainab passasse pela Assembleia Nacional com a maioria dos votos”, disse ela à Thomson Reuters Foundation por telefone.
Uma versão alterada do projeto cancelou a assembleia legislativa do Paquistão na quarta-feira, depois de ser aprovada pela Câmara Alta no início deste ano. Espera-se receber o consentimento formal do presidente nos próximos dias.
O caso de Zainab desencadeou um debate no Paquistão sobre a possibilidade de ensinar às crianças como se proteger contra o abuso sexual, um assunto tabu na nação majoritária muçulmana.
Quase 10 casos de abuso infantil por dia são relatados no Paquistão, segundo a Sahil, uma organização que trabalha com proteção infantil, com meninas afetadas desproporcionalmente.
A lei exige que a polícia registre um caso dentro de duas horas depois que os pais de uma criança relatarem sua falta.
Inclui medidas para acelerar o processo, incluindo o estabelecimento de uma linha de apoio dedicada e uma nova agência para emitir alertas para uma criança desaparecida.
Texto traduzido e adaptado pela equipe do dicas e notícias para mulheres. Fonte: Reuters